O governo federal não faz mais do que sua obrigação ao oferecer uma ajudinha ao Maranhão no combate a crise que se instalou no sistema prisional do Estado.
Aliás, a pequena ajuda é insignificante diante do ônus que o estado tem recebido do país, sobretudo de estados como São Paulo e Rio de Janeiro, que expulsaram grande parte de seus traficantes e os forçaram a tomar novos rumos.
E como os presídios no país costumam servir de escritório para traficantes, o Complexo Penitenciário de Pedrinhas foi um dos escolhidos para abrigar os chefes nacionais do crime.
Uma conversa entre Fernandinho Beira Mar e Marcinho VP, gravada em 10 de Maio de 2013, no parlatório do presídio de Segurança Máxima de Catanduvas do Paraná, revela a preferência dos traficantes por Pedrinhas.
“O que eu penso, você saindo daqui já é uma vitória; de lá você consegue sair para outro lugar, igual Baby…, o Baby não, o Dinho tá tentando ir para o Maranhão”, diz Beira Mar, dando força para Marcinho VP tomar novo rumo prisional, que confirma sua intenção e iniciativa para conseguir “novo endereço” em terras maranhenses: “Eu também estou com o ‘corre’ no Maranhão também; minha advogada ta fazendo…”.
E nessa força que Beira Mar pode dar, inclui até amizades de traficantes com desembargador maranhense e relacionamento com o “pastor dos criminosos”, o Marcos Pereira, preso sob acusação de estuprar fiéis.
A matéria, divulgada pelo programa Fantástico, da rede Globo, trata, na verdade, dos ataques ao grupo cultural Afro Reggae, ocorrido no ano passado, mas não deixa de mostrar o quanto Pedrinhas tem sido desejado por esses criminosos e acaba revelando um dos motivos do agravamento da crise que se instalou há quase dez anos no sistema prisional do estado e que tem culminado com cenas bárbaras como as que aterrorizaram a população de São Luís nos últimos dias.
O promotor que ajudou na condenação de Marcinho VP, sintetiza a gravidade: “…se na unidade mais segura que temos no Brasil (Catanduvas), eles conseguem fazer o que fizeram , que dirá o que faria se estivesse em qualquer unidade em qualquer outra unidade no Brasil.”.
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