terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Perícia do Icrim confirma morte por enforcamento de preso em São Luís



A perícia do Instituto de Criminalística (Icrim) confirmou que o detento Jô de Souza Nojosa foi morto por enforcamento na Central de Custódia de Presos de Justiça de Pedrinhas, em São Luís.

O corpo foi encontrado no início da manhã desta terça-feira (21), na sala 7 do Pavilhão D da unidade prisional. Ele estava preso desde o dia 28 de dezembro.

"A morte foi produzida por asfixia mecânica. O preso foi encontrado morto ainda dentro da cela. O quadro ainda estava preservado, ele se encontrava ainda pendurado em uma espécie de corda. Foi isso que vimos lá", afirmou o perito criminal Miguel Neto.

O delegado Jefrey Furtado infirmou que outros sete detentos estavam no local do crime. "Além da pessoa que faleceu, existiam outras sete pessoas dentro da cela. A partir de agora vamos tentar individualizar essa autoria e responsabilizar os autores", afirmou.

Por meio de nota, o governo do estado afirmou que há indícios de que o crime tenha sido uma reação à transferência de presos para presídios federais, realizada na segunda-feira (21).

Veja a íntegra da nota enviada pela Secretaria de Comunicação:

A força tarefa montada para apurar crimes de homicídios no Sistema Penitenciário já deu início às investigações para averiguar as circunstâncias da morte do detento Jô de Sousa Nojosa, na Central de Custódia de Presos de Justiça de Pedrinhas, em São Luís.

O preso foi encontrado pendurado por uma “tereza” (corda feita com lençóis), dentro da cela 7, no Bloco D daquela unidade prisional.
Equipes do Instituto de Criminalística (Icrim) do Maranhão e do Instituto Médico Legal (IML) estiveram no local para executar os procedimentos de perícia. De acordo com as primeiras informações da polícia, a suspeita é que o crime tenha sido homicídio já que o preso apresenta sinais de agressão.

Após inspeção, ficou constatado que não havia armas na cela.
Há indícios de que o crime tenha sido uma reação á transferência de presos para presídios federais, realizada nesta segunda-feira (21). Os internos que se encontravam na cela com a vítima serão autuados pelo crime.
 
Assassinatos em Pedrinhas

Esse foi o terceiro assassinato de presos de São Luís somente em 2014. A morte aconteceu um dia depois da transferência de nove presos da penitenciária para o Presídio Federal de Segurança Máxima de Campo Grande (MS).
Na quinta-feira (16), dois tumultos foram registrados na CCPJ. Segundo a Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap), os presos estão insatisfeitos com a presença da Polícia Militar no presídio. Após uma tentativa de motim, homens da PM e da Força Nacional, com acompanhamento da Corregedoria e Ouvidoria da Sejap, realizaram uma vistoria nas celas da unidade.
No ano passado, 60 presos foram mortos no Complexo de Pedrinhas – sete em menos de uma semana.

Transferência

 Nove presos da penitenciária de Pedrinhas foram transferidos na segunda-feira (20) para o presídio federal de Campo Grande. Segundo a polícia, os detentos transferidos são suspeitos de participação em ataques a delegacias e ônibus na capital maranhense no início do mês. Eles também fariam parte de grupos criminosos responsáveis por mortes dentro de Pedrinhas.

Violência

 Uma onda de ataques a ônibus e delegacias em São Luís teve início na noite de 3 de janeiro. A ordem teria partido de uma facção criminosa instalada dentro do Complexo de Pedrinhas.

Quatro ônibus foram incendiados, duas delegacias foram alvejadas e cinco pessoas ficaram feridas. Ao todo, 22 suspeitos foram detidos por envolvimento nos atentados; entre eles, seis menores.

Entre as vítimas, estava a menina Ana Clara Santos Sousa, de 6 anos, que teve 95% do corpo queimado e morreu no dia 6 de janeiro. A irmã dela, Lorrane Beatriz Santos, de 1 ano e 5 meses, teve 20% do corpo queimado e recebeu alta médica na quarta-feira (15). A mãe das duas meninas, Juliane Carvalho Santos, de 22 anos, teve 40% do corpo queimado.

O entregador de frangos Márcio Ronny da Cruz, de 37 anos, que teve 72% do corpo queimado tentando salvar as duas crianças, está internado no Hospital de Queimaduras de Goiânia (HQG). Além deles, a operadora de caixa Abiancy Silva, de 35 anos, teve 10% do corpo queimado no ataque.

Nenhum comentário:

Postar um comentário