Um detento foi encontrado morto na Central de Custódia de Presos de Justiça (CCPJ) do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, na manhã desta terça-feira (21), segundo a assessoria da Secretaria de Estado da Justiça e Administração Penitenciária (Sejap). A secretaria informou, por meio de nota, que o preso foi achado enforcado.
Na quinta-feira (16), dois tumultos foram registrados na CCPJ. Segundo a Sejap, os presos estão insatisfeitos com a presença da Polícia Militar no presídio. Após uma tentativa de motim, homens da PM e da Força Nacional, com acompanhamento da Corregedoria e Ouvidoria da Sejap, realizaram uma vistoria nas celas da unidade.
No ano passado, 59 presos foram mortos no Complexo de Pedrinhas – sete em menos de uma semana.
Veja a nota da Sejap na íntegra:
"A Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap) informa que o detento Jô de Souza Nojosa foi encontrado morto, no início da manhã desta terça-feira (21), em cela do Centro de Custódia de Presos de Justiça (CCPJ) do Complexo de Pedrinhas, em São Luís.
De acordo com as primeiras informações, o preso morreu por enforcamento com uma 'teresa'. Somente após a perícia vai será possível apontar as circunstâncias da morte. Mais informações serão repassadas após o fim do trabalho da equipe do Instituto de Criminalística (Icrim)."
Transferência
Nove presos da penitenciária de Pedrinhas foram transferidos na segunda-feira (20) para o presídio federal de Campo Grande. Segundo a polícia, os detentos transferidos são suspeitos de participação em ataques a delegacias e ônibus na capital maranhense no início do mês. Eles também fariam parte de grupos criminosos responsáveis por mortes dentro de Pedrinhas.
Violência
Uma onda de ataques a ônibus e delegacias em São Luís teve início na noite de 3 de janeiro. A ordem teria partido de uma facção criminosa instalada dentro do Complexo de Pedrinhas. Quatro ônibus foram incendiados, duas delegacias foram alvejadas e cinco pessoas ficaram feridas. Ao todo, 22 suspeitos foram detidos por envolvimento nos atentados; entre eles, seis menores.
Entre as vítimas, estava a menina Ana Clara Santos Sousa, de 6 anos, que teve 95% do corpo queimado e morreu no dia 6 de janeiro. A irmã dela, Lorrane Beatriz Santos, de 1 ano e 5 meses, teve 20% do corpo queimado e recebeu alta médica na quarta-feira (15). A mãe das duas meninas, Juliane Carvalho Santos, de 22 anos, teve 40% do corpo queimado.
O entregador de frangos Márcio Ronny da Cruz, de 37 anos, que teve 72% do corpo queimado tentando salvar as duas crianças, está internado no Hospital de Queimaduras de Goiânia (HQG). Além deles, a operadora de caixa Abiancy Silva, de 35 anos, teve 10% do corpo queimado no ataque.
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