sábado, 26 de abril de 2014
Governo gastou mais com dívida negociada por doleiro do que com a agricultura familiar, diz Flávio Dino
O pré-candidato a governador Flávio Dino (PCdoB) comentou na quinta-feira (24), em sua página no Facebook, reportagem da revista “Época” que, baseado nas investigações da Polícia federal, aponta envolvimento do doleiro Alberto Youssef em pagamento de dívidas do governo do Maranhão.
“Esse doleiro foi PRESO em São Luís, onde estava executando tenebrosas transações contra o dinheiro público maranhense, segundo acredita a Polícia Federal. Vale lembrar que o valor de R$ 100 milhões é maior do que todas as verbas gastas com agricultura familiar em 2013. Ou seja, o dinheiro que falta para apoiar a PRODUÇÃO no Maranhão, está indo para operações envolvendo notórios criminosos”, escreveu Flávio Dino.
Segundo inquérito da Operação Lava Jato, o doleiro aparece em conversas discutindo acordo que renderá mais de R$ 110 milhões à empreiteira Constran. Youssef negociou o pagamento de precatórios (dívidas antigas) do governo do Maranhão à empresa. A dívida refere-se a serviços de terraplanagem e pavimentação da BR-230 contratados na metade da década de 1980.
Email interceptado pela Polícia Federal, que Época teve acesso, mostra que no dia 10 de dezembro do ano passado, o diretor financeiro da UTC, empresa que controla a Constran, Walmir Pinheiro, encaminha uma mensagem para Youssef e para o diretor financeiro da Constran, Augusto César Ribeiro Pinheiro, cujo título era “Precatório MA”.
Walmir Pinheiro parabeniza os dois pela “concretização do acordo com o gov. MA”. E ainda enaltece a conquista em razão da dificuldade em alcançá-la: “sei perfeitamente o quanto foi duro fechar esta operação, foram quase 6 meses de ida e vinda”, afirma Pinheiro. A dívida do Maranhão com a construtora estava na Justiça há mais de 20 anos.
Walmir comemora o recebimento da primeira parcela e aguarda a liberação de outras 23 prestações. No dia 26 de dezembro de 2013, duas semanas após a mensagem enviada a Youssef, o governo do Maranhão depositou R$ 4,7 milhões na conta da Constran.
Segundo o portal da transparência do governo maranhense, o depósito está relacionado a um acordo judicial “devidamente aprovado pela governadora do Estado do MA”. Em 4 de fevereiro e 18 de março, o governo fez outros dois depósitos, que somaram R$ 9,4 milhões.
“Até agora o Governo do Estado não se pronunciou sobre tão grave acusação feita pela Polícia Federal. Confissão? Ou medo da verdade?”, questionou Flávio Dino.
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