domingo, 6 de julho de 2014

Por Valdemir Guimarães Sousa – A cidade e o seu escritor

João Batista Machado - a História Viva de Codó
João Batista Machado – a História Viva de Codó










Conheci antes o escritor, depois a pessoa. Raras são as pessoas em Codó-MA, envolvidas com educação ou leitura, que não conhecem ou não tenham ouvido falar do escritor João Batista Machado. O livro Codó, histórias do fundo do baú foi e é um marco cultural na história recente desse município.
A cidade de Codó passou a conhecer-se, reconhecer-se nos vultos, nas autoridades, nos homens simples, em sua geografia, nos rios e riachos que a desenham, na sua religiosidade e etnia, após o escrito de João Batista Machado. Já dizia assim um poeta: “uma cidade não dita, não é uma cidade/ é um amontoado de gente sem nome, sem fome de conhecer a si”.
Toda cidade tem o seu escritor. Aquele a qual a afinidade entre o escrito e o seu reduto é tanta que o nome do autor chega a ser associado imediatamente ao da cidade. Quando se pensa em Itabira, cidade mineira, por exemplo, vem logo em mente Carlos Drummond de Andrade; São Paulo, Mário de Andrade; Goiás, Cora Coralina; Caxias-Ma, Gonçalves Dias; São Luís, Ferreira Gullar e Codó, pura encantaria, brilha, então, a figura de João Batista Machado.
Não é que não haja outros escritores nessas cidades aqui mencionadas, os há, creio que muitos, mas a cidade escolhe o seu, elege aquele que vem melhor lhe representar. E a escolha não é feita de maneira prática: melhor, pior, mais jovem ou mais velho. Não sei bem como ela processa isso, apenas o escolhe, o conclama com o “Seu”.
Pois bem, Codó assim o fez e assim teve e tem o seu escritor. Bom escritor, apegado a sua terra feito “caboco” na roça, amante do seu terreiro feito nego na dança, ligado a sua municipalidade feito europeu ao capital. Espero ver e ler escritos de mais outros autores tão bons e carismáticos como o que aqui me refiro.
E a nós, oferta-nos, agora, João Batista Machado, mais um livro, O Imaginário Codoense. Festejemos o momento, e o leiamos atentos, crentes de que o lendo, encontramo-nos cada vez mais com a nossa história, nosso povo e a nossa cidade escondida.
Por Valdemir Guimarães Sousa.
Profº. Graduado em Letras Português pela UFPI. Revisor de texto e contista

Fonte: Do Acélio

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