Em viagem pelo Rio Grande do Sul, o presidente do Uruguai, Pepe Mujica, participou da 5ª edição do Seminário Internacional Universidade, Sociedade, Estado, na Universidade Federal do Rio Grande Sul (Ufrgs), que traz o tema “Desenvolvimento Sustentável para a Integração Regional do Cone Sul”.
Pepe Mujica declarou que o discurso de que não há verba para acabar com a pobreza é uma falácia. “Gastamos 1 milhão de dólares por minuto em recursos militares no mundo e dizem que não temos recursos para acabar com a pobreza”, criticou o presidente do Uruguai. “Sabemos o que fazer, temos a ciência, temos os meios econômicos, entretanto continuamos olhando para o outro lado”, analisou.
Para Mujica, a verdade é que os governos estão “preocupados em ganhar a próxima eleição”, e que, quanto mais rico e “maior o país”, a situação é “pior”. O estadista também criticou o acúmulo de capital. “A nossa civilização prega a acumulação de capital acima de todas as coisas e devemos consumir e consumir e inventar porcarias e passar a vida toda pagando”, criticou.
A respeito da ideia religiosa de que o sofrimento na vida presente significa o viver bem no “outro mundo”, Mujica discordou. “Valores: o nosso mundo é religioso. Fanaticamente religioso. Eu não compartilho com a ideia que devemos sofrer nesse mundo para ganhar o direito de viver bem no próximo mundo”, disse.
Por fim, Pepe Mujica rechaçou a pecha de “presidente pobre”. “Dizem que sou o presidente pobre. Sou pobre o ‘caralho’. Pobre é aquele que precisa de muito. Eu consumo o justo porque defendo minha liberdade. Não pretendo convencê-los. Pretendo fazê-los pensar”, provocou o presidente uruguaio.
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