domingo, 12 de outubro de 2014

Dilma diz achar ‘compreensível’ o apoio de Marina Silva a Aécio Neves


No Dia das Crianças, Dilma visita centro educacional no bairro de Guaianases, em São Paulo (Foto: Rosanne D'Agostino / G1)
No Dia das Crianças, Dilma visita centro educacional no bairro de Guaianases, em São Paulo (Foto: Felipe Rau / Estadão Conteúdo)
A presidente Dilma Rousseff, candidata do PT à reeleição, afirmou neste domingo (12), durante entrevista coletiva em São Paulo, que acha “compreensível” a apoio da presidenciável derrotada do PSB, Marina Silva, à candidatura de Aécio Neves, do PSDB, no segundo turno. Para a presidente, há mais semelhanças entre os programas econômicos dos dois adversários do que entre as propostas de Marina e do PT.






"Eu acho que esse anúncio, essa opção, é compreensível, porque a proximidade que ela tem é com o programa econômico do Aécio. E tem menos proximidade com o programa social do meu governo", disse Dilma.
Neste domingo, após uma semana de negociações com o PSDB, Marina Silva, anunciou que apoiará o candidato tucanono segundo turno. A decisão foi divulgada um dia depois de o presidenciável do PSDB assumir, por meio de uma carta aberta, uma série de compromissos para a área social, entre os quais parte das condições impostas pela ex-senadora para apoiá-lo na reta final da corrida pelo Palácio do Planalto.
Dilma Rousseff disse não acreditar que haja uma transferência de votos automática de Marina para Aécio. "Não acredito que haja uma transferência automática de votos para ninguém. Acredito na democracia. O voto é de quem vai lá na urna e registra", declarou.

A presidente também criticou a visão de Aécio sobre a economia. Ela foi indagada sobre se acredita que o fato de partidos estarem unidos contra a sua candidatura representa vontade de mudança. “Os que estão do meu lado representam um projeto, e os que estão de outro representam outro projeto, que é uma visão da economia que quebrou um país três vezes. O desemprego dobrava a quadra”, declarou.
No Dia das Crianças, Dilma visita centro educacional no bairro de Guaianases, em São Paulo (Foto: Rosanne D'Agostino / G1)Dilma posou para fotografias ao lado de estudantes
do Centro Educacional Unificado Jambeiro
(Foto: Rosanne D'Agostino / G1)






Alinhamento com Marina
Dilma negou que tenha havido falha na articulação de sua campanha para atrair o apoio de Marina. "Vários seguidores da outra candidatura vieram para a minha campanha. Por exemplo, o governador Ricardo Coutinho. Eu não sou a favor de várias questões que o outro candidato é. Nós não falhamos. Eles tinham outro alinhamento."
"Ela [Marina] é a favor da independência do Banco Central, eles são a favor de reduzir o papel dos bancos públicos, nós não somos. Isso significa acabar com o Minha Casa, Minha Vida, reduzir toda política de conteúdo local. Tem coisa que eu não incorporo nem que a vaca tussa", completou.
A candidata, que falou sobre políticas governamentais direcionadas às crianças, também citou números da atual gestão e aproveitou para alfinetar Aécio Neves. Segundo ela, o estado de Minas Gerais, sob seu governo, teve o menor percentual de redução na mortalidade infantil. Dilma não citou os números absolutos. "Mostra bem a qualidade do choque de gestão feito em Minas Gerais", criticou.

Questionada sobre a posição de seu partido sobre suspeitas contra o tesoureiro do PT João Vaccari Neto, ela afirmou: "O PT, não tenho mandato para falar". "Eu sou a favor de se apurar tudo e se punir todos. Mas tem de punir com prova."
Operação Lava Jato

Dilma voltou a defender ainda a punição de todos no processo originado da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, sobre a Petrobras, mas criticou a divulgação "seletiva" de depoimentos. "Fazer um audiência pública no meio de uma campanha eleitoral eu acho estranho", afirmou.
Rosanne D'AgostinoDo G1, em São Paulo

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