Assassinatos disparam na Ilha e já somam 64 casos em duas semanas

Os crimes de homicídio dispararam na Grande Ilha (São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa) nas últimas duas semanas. Foram registrados nesse período (dias 1º a 14) 64 assassinatos – média de mais de 4,5 crimes de morte por dia. O número de homicídios das últimas duas semanas tem apenas quatro casos a menos do que todo o mês de junho, que registrou 68 crimes. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA).

Dos casos de novembro, três foram latrocínios (roubo seguido de morte), entre eles o que vitimou o médico Luiz Alfredo Netto Guterres Soares Júnior, de 48 anos, no fim da manhã de domingo passado (9), no Jardim Eldorado (área do Turu).

Luiz Alfredo – que era diretor geral do Hospital do Câncer Dr. Tarquínio Lopes (antigo Hospital Geral) – foi atingido com um tiro no pescoço, ao reagir a um assalto à sua residência.

Dois suspeitos foram presos e reconhecidos por familiares como tendo participado do assalto: Nixon Richardson França Chaves e um adolescente. Três assaltantes estão foragidos.

Na manhã de ontem (15), uma missa na igreja Nossa Senhora Aparecida, no Cohafuma, lembrou o assassinato.

Cinco criminosos morreram em confronto com a polícia, um deles na manhã de sexta-feira (14), na Vila Janaína, quando um investigador da Polícia Civil – Dezidério Rodrigues Mendonça, de 41 anos –, também tombou.

O confronto ocorreu pouco antes das 9h, após o policial perseguir dois bandidos que tinham assaltado uma lan house pertencente à sua família. O assaltante Paulo Ricardo Diniz Castro, de 18 anos, morreu, atingido pelo policial. O outro criminoso, mesmo ferido, conseguiu escapar.

Além dessas duas mortes na Vila Janaína, outros três homicídios ocorreram na sexta-feira, nos bairros Redenção, Recanto Fialho e São Francisco.

Das 64 vítimas das duas primeiras semanas de novembro, 28 (43,8%) eram jovens de até 24 anos. Uma das vítimas – Alisson Marcelo Rodrigues Ferreira, morto a tiros por desconhecidos na Ilhinha, na noite de 13 de novembro – tinha apenas 12 anos.

A maior parte dos crimes – 56 registros – foi cometida com armas de fogo. Homicídios com o uso de armas brancas somaram 7 casos, e com a utilização de outros meios, apenas um caso.

O bairro mais violento da Grande Ilha nos últimos 14 dias foi a Vila Itamar, onde aconteceram quatro assassinatos no período.

J. Lima (São José de Ribamar), Pedrinhas, Cidade Operária, Janaína e Coroado vêm a seguir, com três homicídios cada, em duas semanas.

EX-ATLETA EXECUTADO – Entre os 16 homicídios ocorridos no fim de semana passado, um dos mais brutais foi o assassinato do ex-jogador de handebol Rubem Miranda Saraiva, 29 anos, assassinado a tiros na tarde de sábado (8), na Forquilha.

A vítima foi perseguida por um veículo branco desde o momento em que saiu do trabalho, e, ao perceber a perseguição, ainda tentou se esconder em uma casa, mas foi atingida por vários disparos.

A polícia ainda não tem nenhuma pista sobre os autores do crime. Ontem à tarde, na Litorânea, amigos e familiares do ex-atleta participaram de uma caminhada pedindo paz e o fim da impunidade.

Até 14 de novembro, o ano já contabiliza 914 assassinatos na Grande Ilha – apenas 69 crimes de morte a menos do que em todo o ano passado, que teve 983 homicídios, recorde em 5 anos (2009 a 2013).

4.359 ASSASSINATOS DESDE 2009

De 2009 – quando o Jornal Pequeno começou a divulgar as estatísticas mensais de assassinatos na Grande São Luís – até o dia 14 de novembro de 2014 ocorreram 4.359 homicídios nos quatro municípios que formam a Grande Ilha (557 em 2009; 586 em 2010; 603 em 2011; 716 em 2012; 983 em 2013; e 914 – até 14 de novembro de 2014).

ASSASSINATOS EM 2014 NA GRANDE ILHA

Janeiro: 100
Fevereiro: 80
Março: 91
Abril: 8
Maio: 78
Junho: 68
Julho: 84
Agosto: 98
Setembro: 81
Outubro: 84
Novembro: 64 (parcial, até o dia 14)
Total parcial: 914

POR OSWALDO VIVIANI VIA JOHN CUTRIM