Nesta seara há muito o que se abordar, porém, aqui quero deter-me em um aspecto provocativo e até desdenhoso da miséria econômica do trabalhador. Me refiro às junções políticas (pois aliança não seria um termo apropriado) entre pretensos candidatos que em tempos atrás próximos se diziam adversários políticos. Tais práticas, tão comuns no processo eleitoral, à luz da razão deveriam ser recriminadas, visto a política ser, antes de disputa de poder, a disputa de ideias, projetos, concepções, de classes sociais.
É Gramsci, com o conceito de pequena política, quem nos ajuda a desanuviar essa aparente contradição expressa nas movimentações “políticas” dos caciques da política codoense: “A grande política compreende as questões ligadas à fundação de novos Estados, à luta pela destruição, pela defesa, pela conservação de determinadas estruturas orgânicas econômico-sociais. A pequena política compreende as questões parciais e cotidianas que se apresentam no interior de uma estrutura já estabelecida em decorrência de lutas pela preponderância entre as diversas frações de uma mesma classe política”.
É justamente por isso que não há nenhuma contradição no fato de Biné Figueiredo e Ricardo Archer virem a sair juntos no próximo pleito, ou se Pedro Belo e Nagib virem a ser os candidatos apoiados por Zito Rolim. Ainda que em outros momentos estas figuras aparentassem ser adversários políticos, na verdade sempre representaram os mesmos interesses. São frações de uma mesma classe política: a elite econômica local, estadual e nacional.
Na contramão da pequena política, e por cima de todas as dificuldades, o PSOL apresentará suas candidaturas ao executivo e legislativo no próximo pleito, com o firme propósito de oferecer à população uma alternativa nas urnas pautada em um projeto político fincado nas demandas da classe trabalhadora.
Rafael Carlos Araújo da Silva
Dirigente do Diretório Municipal do PSOL/Codó
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