A ex-governadora do Estado Roseana Sarney (PMDB) e o deputado federal Sarney Filho (PV) decidiram se manifestar sobre a citação de seus nomes em documentos encontrados na residência do presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa Silva Junior, no Rio de Janeiro. Junto dos nomes dos cerca de 200 políticos e outras pessoas ligadas a empresas públicas desde os anos 80 e que foram beneficiados com doações ou propinas da Odebrecht, estão de maranhenses importantes, como os dois filhos do ex-presidente da República José Sarney.
Roseana Sarney
A assessoria da ex-governadora Roseana Sarney enviou nota onde diz que a edição de ontem de O Imparcial traz uma ‘matéria inverídica’. A afirmativa é baseada na prerrogativa de que as informações provenientes da operação Lava Jato são referentes a ‘uma doação feita de forma legal ao Comitê Financeiro Único do PMDB-MA’ durante as eleições de 2010. “Mostram o que já era de conhecimento público”, diz um dos trechos da nota.
“Portanto, reiteramos que não há nenhuma irregularidade nas doações feitas à campanha da então candidata ao Governo do Estado do Maranhão, Roseana Sarney”, afirma o texto.
A nota traz ainda os números da conta corrente, agência e banco onde as doações foram registradas (conforme extrato bancário em destaque). “Todas as doações foram registradas e aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão”, conclui.Sarney Filho
A nota traz ainda os números da conta corrente, agência e banco onde as doações foram registradas (conforme extrato bancário em destaque). “Todas as doações foram registradas e aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão”, conclui.Sarney Filho
Quem também apresentou nota a O Imparcial foi o deputado federal Sarney Filho. Segundo o parlamentar, o nome dele não está envolvido no inquérito da Lava Jato, no que se refere às ajudas eleitorais. Diz, ainda, que houve uma mistura de ‘matérias distintas’, o que pode confundir o leitor e ‘induzir a uma interpretação equivocada’.
“No que diz respeito a mim, não se trata de uma lista com nomes associados a valores. A lista que inclui meu nome e de ilustres maranhenses, alguns inclusive há tempos falecidos, tem quase 30 anos. E, evidentemente, não é fruto de qualquer investigação”, enfatiza o deputado.
A origem da história
A relação de cerca de 200 políticos maranhenses de cacife constante em arquivos da Odebrecht vazou e revelou nomes importantes como o da ex-governadora Roseana Sarney, do senador Edison Lobão (PMDB), do deputado federal José Sarney Filho (PV) e do empresário Fernando Sarney.
São planilhas de 30 anos, usando codinomes. Dos nomes relacionados à DGU (nove no total), constam Roseana Sarney (que aparece como Roseane Murad e identificada como ‘Princesa’) e Sarney Filho (apelidado de ‘Filhote’).
Seguem notas enviadas por Roseana Sarney e Sarney Filho, além de documentos comprovantes da licitude da doação recebida pela ex-governadora.
Confira as notas na íntegra
Sobre a matéria publicada na edição de O Imparcial, ontem (23/03/2016), temos a esclarecer:
O documento vazado das investigações da Operação Lava Jato mostram o que já era de conhecimento público. Uma doação feita de forma legal ao Comitê Financeiro Único do PMDB-MA.
A doação está registrada na Conta Corrente 34.293-9, Agência 2972-6, Banco do Brasil, cuja titularidade é do Comitê Financeiro Único do PMDB/MA (eleição do ano de 2010), conforme demonstrativo de extrato bancário enviado anexo a esta Nota.
Portanto, reiteramos que não há nenhuma irregularidade nas doações feitas à campanha da então candidata ao Governo do Estado do Maranhão, Roseana Sarney. Surpreende-nos o fato de que o referido jornal não procurou esta assessoria para esclarecimento, o que evitaria informar aos leitores matéria inverídica.
Todas as doações foram registradas e aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão. (documento de aprovação, em anexo). Os dados também são de livre consulta no site do Tribunal Superior Eleitoral.
Seguem em anexo:
1) O cartão do CNPJ do Comitê Financeiro Único do PMDB-MA, comprovando que o CNPJ descrito no documento vazado pela operação Lava Jato corresponde ao Cadastro do Comitê.
2) A página do extrato que demonstra que no dia 14/09/2010 houve a transferência no valor de R$ 560.000,00.
3) Documento de aprovação de contas do TRE-MA.
Assessoria de Comunicação
Roseana Sarney
Roseana Sarney
Íntegra da nota do deputado Sarney Filho
Ao jornal O Imparcial,
A propósito da matéria publicada na edição de 24/03, gostaria, em respeito aos leitores deste importante veículo que tanto contribui para a imprensa maranhense, quero esclarecer alguns pontos:
O meu nome não está envolvido no material relativo às ajudas eleitorais que constam do inquérito da Lava Jato, recentemente tornado sigiloso.
Misturar matérias distintas confunde o leitor e pode induzir a uma interpretação equivocada.
No que diz respeito a mim, não se trata de uma lista com nomes associados a valores.
A lista que inclui meu nome e de ilustres maranhenses, alguns inclusive há tempos falecidos, tem quase 30 anos. E, evidentemente, não é fruto de qualquer investigação, tanto é que quando se lê os grandes jornais do país e a mídia em geral o meu nome não é citado.
Certo dos seus esclarecimentos,
Deputado Sarney Filho (PV-MA)
Brasília, 24 de março de 2016
Brasília, 24 de março de 2016
Fonte: O Imparcial
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