O posto de saúde do povoado Barracão foi inaugurado em meados da década de 1990, quando do primeiro governo de Biné Figueiredo. É para onde se dirigiam lavradores de mais de 10 povoados desta região quando algum problema de saúde acontecia. Apesar de funcionar precariamente, eles pouco tinham a reclamar.
Antes de fechar as portas o posto funcionava a semana toda. De acordo com os moradores, o médico ia ao local a partir de terça e só ia embora na sexta-feira. Dava para resolver muitas doenças e até algumas emergências, mas tudo isso acabou há mais de 1 ano.
Era dona Maria José Martins Araújo de Sousa quem cozinhava para a equipe médica toda semana. Atualmente, alimenta apenas a esperança de ver o posto tornar a funcionar.
“Tenho vontade sim, porque as pessoas ficam atendido mais perto, não precisa mais correr mais pro 17, pro Codó e assim fica melhor…ACREDITO QUE VINHA MUITA GENTE PRA CÁ, EIRA, SÃO BENEDITO? Aqui, ao redor vinha todo mundo pra cá, aqui tinha muito movimento de gente”, disse a lavradora cozinheira que mora, praticamente, nos fundos do prédio em reforma.
SEM EMERGÊNCIA CARDÍACA
Ficou mais complicado para seu Almir Francisco Silva num caso de emergência. Ele tem doença cardíaca e não ver a hora da reforma do prédio, também iniciada quando o atendimento parou, terminar.
“Por exemplo, eu que sou cardíaco toda hora estou precisando, nem médico, nem posto, nem dada (…) vamos rezar pra ver se vem um médico praí o mais rápido possível, que abra o posto …TERMINE A OBRA? Tem uma obra que tá sem terminar que tá com mais de ano moço”, lamentou respondendo.
Neste longo tempo, todos, a exemplo de Cleonice Moura Costa e seus 5 filhos, se veem numa situação bem difícil. Quando tem dinheiro não tem carro pra cidade, quando tem carro as vezes não tem como pagar a viagem.
“ As vezes tem transporte mas não tem, as vezes, o dinheiro pra pagar passagem, né, e assim fica difícil…E AQUI RESOLVIA? É, porque aqui tem muito morador, né, criança, adulto, a gente quer se consultar não tem um médico…QUANTO TEMPO FECHADO? Meu irmão, na minha base acho que tem uns dois anos”
Nenhuma previsão foi dada aos moradores de Barracão, mas eles, também, nunca desistiram de esperar.
“ah, mas com certeza, faz falta não só pra mim como pra todos, questão da saúde é o que tá fazendo falta pra nós hoje é a questão da saúde (…) é isso que nós precisamos aqui dentro, não só aqui como em todo lugar”, disse Tomé de Oliveira
A SECRETÁRIA FALOU
A nova secretária de Saúde, Aurilívia Barros, explicou que pretende num prazo de, no máximo, 20 dias, mandar equipe médica para atender em algum local improvisado de Barracão ou noutro povoado próximo.
Não será no posto mostrado na reportagem porque segundo a secretária a prefeitura está num embate jurídico com o dono do povoado que havia permitido a ampliação do prédio, doando mais terreno ao município, e, depois, voltou atrás negando o pedaço de terra. Até que a Justiça se pronuncie a respeito, a obra não poderá ser concluída.
Do Acélio com alteração de texto
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