O ex-assessor de campanha de Donald Trump, Steve Bannon, foi preso nesta quinta-feira, 20, em Nova York. O estrategista da Casa Branca está sendo acusado de fraudar doações para a construção de um muro na fronteira dos Estados Unidos com o México, uma das promessas de Trump em 2016.
De acordo com as autoridades americanas, o “We Build the Wall” – esforço online de arrecadação de fundos para a construção do muro – levantou mais de US $ 25 milhões. Bannon e três outros réus “fraudaram centenas de milhares de doadores, capitalizando seus interesses em financiar um muro de fronteira para levantar milhões de dólares, sob a falsa pretensão de que todo esse dinheiro seria gasto em construção”, disse o Procurador-geral interino de Manhattan, Audrey Strauss.
De acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, os outros mencionados na acusação são Timothy Shea, que foi anunciado como administrador do Drug Enforcement Administration (DEA), agência americana anti-drogas, Brian Kolfage, ex-militar, veterano da guerra do Iraque, e Andrew Badolato.
“Enquanto asseguravam repetidamente aos doadores que Brian Kolfage, o fundador e rosto público de ‘We Build the Wall’, não receberia um centavo, os réus secretamente planejaram passar centenas de milhares de dólares para Kolfage, que ele usou para financiar seu estilo de vida luxuoso”, revelou Strauss.
Os presos serão apresentados hoje à juízes em locais distintos. Bannon será apresentado ao juiz Thomas Wilson, no Distrito Sul de Nova York, enquanto os demais serão conduzidos a juízes na Flórida e no Colorado. O caso dos quatro ficará a cargo da juíza Analisa Torres, do distrito sul de Nova York.
“Como alegado, eles não apenas mentiram para os doadores, mas planejaram ocultar sua apropriação indébita de fundos, criando faturas e contas falsas para lavar doações e encobrir seus crimes, sem respeitar a lei ou a verdade. Este caso deve servir como um alerta para outros fraudadores de que ninguém está acima da lei, nem mesmo um veterano de guerra deficiente ou um estrategista político milionário”, disse Philip R. Bartlett, inspetor responsável pelo caso.
Considerado um dos agitadores da onda nacionalista de direita que elegeu Trump, Bannon se tornou uma espécie de assessor informal da família Bolsonaro. O presidente Jair Bolsonaro e seus filhos se reuniram com o ex-assessor de Trump em viagens aos Estados Unidos.
Além da família do presidente, o acusado de fraude também manteve contato com figuras centrais do governo, como o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, com quem discutiu detalhes sobre o discurso que Bolsonaro faria na Assembleia-Geral das Nações Unidas dias depois.
Por: Estadão
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